domingo, 18 de outubro de 2009

JUIZ DE FORA

Amanhã irei para Juiz de Fora visitar alguns colégios com a minha editora Paulus. Juiz de Fora é mais do que um retrato em preto e branco: morei na cidade em 1969 quando casei , na Rua Santo Antonio e aí nasceu meu filho André. A cidade que conheci é muito diferente da atual. Era pequena e em minha lembrança , escura, triste, chuvosa. Na escola onde terminei o clássico, já grávida, tive uma amiga que me acolheu, a Cida, eu ia sempre tomar café em sua casa pois me sentia muito sozinha. Depois na volta atravessava a cidade quase toda caminhando enquanto escurecia e me sentia tão triste: toda a minha família e meus amigos ficaram no Rio. Afrânio, irmão da grande compositora Sueli Costa era nosso amigo e íamos sempre visitá-lo, a família era de músicos e eu me sentia excluida, em sua casa só se falava de música. Numa noite, em sua casa, vimos o homem descer na lua, eu com meu filho nos braços.
Em 1999 voltei a Juiz de Fora depois de tantos anos. Meu marido Juan Arias lançava um livro pela editora Vozes e Leornardo Boff e Paulo Coelho fariam a apresentação do livro com um debate. Eu abriria a apresentação lendo um poema. O teatro antigo e reformado estava lotado e havia uma multidão do lado de fora. Foi emocionante. Encontrei a cidade bela, luminosa, cheia de vida, tão diferente da cidade da minha memória. Será que as cidades refletem nosso estado de espírito?

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