segunda-feira, 28 de junho de 2010

BONDES NO RIO

Maria Clara me envia um pequeno filme sobre os bondes no Rio da minha infância. Eu ia para a escola de bonde. O ponto era na Praça Malvino-Reis no Grajaú e descia na Praça Saens Peña. Estudava na Escola Hebreu-Brasileiro.
Em 1968 me casei e fui morar em Juiz de Fora. Ia para a escola de bonde. Foi o último ano do bonde em Juiz de Fora. Amo os bondes como amo os trens. Por que retiraram os bondes? Há algo mais bucólico, mais poético? Os bondes são poesia sobre trilhos. E penso no conto da Clarice em que uma mulher do bonde vê um cego na calçada e seu mundo se desmorona. Os bondes possuem o charme das coisas lentas.
Porque não reinventamos os bondes, já que hoje leio que as máquinas polaroid estão de volta fazendo o maior sucesso?

7 comentários:

  1. Ah! Roseana, que bom, você escrever sobre os bondes. Meu avô foi motorneiro durante um tempo e se orgulhava muito disso. Ele me contava muita coisa a respeito do seu dia-a-dia, umas eram engraçadas, outras um pouco menos, mas sempre interessantes. Os seus olhos brilhavam quando falava dele. Ele se orgulhava de ter conduzido um bonde cheio de gente.
    Quando os bondes acabaram ele ficou muito triste, mas nessa época ele já não trabalhava como motorneiro.
    Dizia ele, que muito do charme e alegria da nossa cidade se acabaria ali.
    Bem,não foi bem assim, mas alguma coisa mudou, sim.
    Obrigada, por me lembrar do meu avô. Vou rezar por ele. Se estivesse vivo faria aniversário, agora, no dia 07 de julho.
    Para terminar encontrei esse finalzinho de poesia entre as minhas coisas, mas nem sei qual é o autor, mas é legal porque fala de lembranças.

    Quando acabaram com os bondes,
    Não pensaram nas lembranças!
    Elas permanecem firmes, sempre
    Tomando carona na ilusão

    De que tudo está no lugar...

    Tenha um bom dia, e viva o Brasil.
    Angela Quintieri

    ResponderExcluir
  2. Angela, que delícia ter um avô motorneiro!!! escreva um livro para crianças contando...

    ResponderExcluir
  3. Nossa muito obrigada pela sugestão, mas não tenho competência para isso. Não sei nem por onde começar. Para escrever um livro eu acho que é preciso ter um dom e orientação, e eu não tenho os dois.
    Mas estou pensando.
    Se eu começar a escrevê-lo, você me ajuda?
    Bjs
    Angela

    ResponderExcluir
  4. Roseana: na minha adolescência andei de bonde também.Uma pena que pertençam ao passado!Mas como andamos em círculos,quem sabe os bondes ainda voltam a alegrar nossas ruas,nos conduzindo com calma ao nosso destino?Beijos otimistas!

    ResponderExcluir
  5. Roseana,
    Não conheço os lugares que você citou, mas minha imaginação viaja junto com as suas lembranças assim mesmo.
    Beijão,
    Cida.

    ResponderExcluir
  6. Angela, tente escrever, vai te fazer muito bem.
    Cida e Maria Neuza, obrigada pela presença.

    ResponderExcluir
  7. Reseana,
    Como é engraçado... hoje tudo anda tão rápido, mas ao ler seu texto lembrei de um ditado que diz "pegaste o 'bonde'andando". E não consigo separar ele de seu texto, pois tentamos acompanhar tudo, modas, costumes esquecemos que as coisas sempre caminham para um lugar e que devemos perceber cada detalhe impregnado neles. Mas não, continuamos "pegando o bonde andando" e vivendo pela metade, ao invés de entender que a vida passa e não nos damos conta do que passou em nossa vida, nem das pessoas, nem dos lugares maravilhosos que atravessamose deixamos pra trás.
    Parabéns pelo saudosismo.

    ResponderExcluir