Estou no Rio, na Urca desde segunda-feira, mas na verdade já perdi a noção do tempo. O bairro é abolutamente magnífico, é um privilégio estar aqui. Caminhamos na orla. A baía me acolhe. Ainda não comecei meu tratamento de radioterapia, devo começar na semana que vem. Aguardo uma consulta. Não terei que fazer quimioterapia e isso é uma sorte imensa. Durante todo esse tempo, só quebrei uma vez, quando o oncologista disse que eu teria que tomar um medicamento por cinco anos e os efeitos colaterais que poderia ter. Senti uma tristeza infinita. Quase um luto. Mas passou. Foi uma nuvem. E então li um pequeno ensaio do Freud que foi um presente que minha sobrinha Julia me deu. O ensaio se chama Sobre a Transitoriedade, pulicado em 1916.
Um de seus trechos diz:
" O valor da transitoriedade é o valor da escassez no tempo. A limitação da possibilidade de uma fruição eleva o valor dessa fruição. Era incompreensível, declarei, que o pensamento sobre a transitoriedade da beleza interferisse na alegria que dela derivamos. Quanto à beleza da Natureza, cada vez que é destruída pelo inverno, retorna no ano seguinte, do modo que, em relação à duração de nossas vidas, ela pode de fato ser considerada eterna. A beleza da forma e da face humana desaparece para sempre no decorrer de nossas próprias vidas; sua evanescência, porém, apenas lhes empresta renovado encanto. Uma flor que dura apenas uma noite, nem por isso nos parece menos bela."
quarta-feira, 16 de junho de 2010
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Roseana: minha irmã caçula e família moram no Flamengo,aí no RIO.Fui atrás deles na Inglaterra mas temo ir ao Rio,pode?Beijos covardes!
ResponderExcluirQuerida, passarei algin dias no Rio para a radio. Se você vier me avise e tomamos um café. Não tenha medo. Roseana
ResponderExcluirAh! Meu maior presente seria tomar café com vc!!!Te aviso se tudo der certo.Beijos felizes!
ResponderExcluirMaria Neuza, ainda tomaremos um café juntas!!!
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