domingo, 13 de junho de 2010

VENTO DISTANTE

Ontem terminei de revisar a coletânea de contos Vento Distante que sairá pela nova editora Escrita Fina. Foi assim a história dos contos: depois que publiquei Território de Sonhos pela Rocco, a editora Laura me pediu um livro de contos de terror para um público jovem. Escreví uns três contos e enviei para que ela me dissesse se era o caminho. Ela não gostou dos contos e me disse que não eram de terror e não metiam medo em ninguém. Joguei os contos no fundo da gaveta. Não me considero uma escritora de ficção. Sou apenas poeta. Anos depois, no final de 2009, a Laura me telefonou e me disse que estava inaugurando uma editora nova e se eu não teria algum livro de contos para publicar. Eu falei, lembra, Laura, daqueles contos de terror que você não gostou? Quer ler outra vez? Ela quis e gostou, ressaltando que não eram mesmo de terror. Mas queria o livro. Retomei os contos mantendo a atmosfera estranha de cada um. Reaproveitei um conto já publicado cujos direitos voltaram para mim para terminar o livro, achei que dava um belo final. Laura ficou indecisa. Os contos estavam muito parecidos com o Território de Sonhos. Modifiquei dois contos , troquei alguns elementos e finalmente ela aceitou o trabalho. Estou aliviada. Esta semana assinaremos o contrato.
Agora trabalho no livro de poemas para a ed. Objetiva. Tenho até julho para entregar. Depois juro que quero ficar bastante tempo sem escrever.

Hoje o domingo está escuro, as ondas do mar estão imensas. Faz muito frio e parece que estamos em alguma cidade perdida da Noruega. Não se enxerga nenhum ser humano a léguas de distância. Devo confessar que amo este tempo. Meu lado sombrio se sente em casa, é como se fosse alimento.

Amanhã irei cedo para o Rio. Vamos almoçar eu e Evelyn, minha irmã, em Copacabana com Aída, uma amiga da juventude da minha mãe que reapareceu do nada. Ela nos escreveu quando minha mãe ainda estava viva. Agora chegou de Israel onde vive e nos trouxe presentes. Mas o maior presente serão as histórias da juventude da nossa mãe que ela irá nos contar.

2 comentários:

  1. Roseana: sempre gostei de passear na chuva,de andar pela cidade com os dias frios e cinzentos.Um dia descobri: meu anjo da guarda gosta de dias assim e se anima todo,como eu.Beijos crédulos!

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