terça-feira, 30 de outubro de 2012

UMA CASINHA DENTRO DO BOSQUE

Cheguei ontem à noite em Resende, de Visconde de Mauá. Passei cinco dias na minha casinha dentro do bosque, desconectada. Na minha casinha não tenho internet e nenhum sinal para celular. É um mergulho total para dentro da natureza. Outubro é o começo da época das chuvas. Choveu granizo depois de um dia lindo de muito calor. Choveu todas as tardes. Li um livro lindíssimo do Hermann Hesse que não conhecia: Pequeno Mundo. São sete contos maravilhosos e não poderia haver lugar mais perfeito para se ler os contos. Passei muitas horas com meu neto. Muitas horas contemplando.
Para este projeto do Sesc Barra Mansa fico sediada em Resende e todos os dias de trabalho, um taxista, André, vem me buscar. Ficamos amigos , ele é um grande lider na sua comunidade em Floriano, luta pela escola municipal, para que não acabe. A idéia é acabar com as escolas rurais, sai mais barato levar as crianças de ônibus para Barra Mansa do que investir nas escolas.  Ele foi almoçar conosco no domingo levando sua bela família, pois meu neto já havia se apaixonado pelo seu filho Ian. André e Ione, um lindo casal. Os dois lutam pelo lugar onde vivem. Eles possuem uma padaria e nos contaram que o ofício de padeiro está em extinção, mas felizmente conseguiram um padeiro e confeiteiro maravilhoso que além de pão, faz bolos e tortas e um maravilhoso pão de queijo. Agora, ele nos contou, a massa vem congelada e pronta e não é preciso um padeiro para fabricar a massa. Heresia, horror dos horrores. Felizmente na minha casa não compro pão, eu mesma o fabrico, todos os dias, com as minhas mãos. E a padaria do André tem um padeiro.
Amanhã cedo volto ao trabalho em Barra Mansa e de lá já vou direto para casa. É uma longa estrada.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ADOLESCENTES

Ontem tive dois encontros em Barra Mansa. pela manhã com crianças, na E.M Djair Machado e foi maravilhoso. Brincamos com a poesia, as crianças eram alegres, vibrantes e tudo funcionou.
Pela tarde, na E.M Luiz Amaral eu me encontrei diante de 80 adolescentese rapidamente pensei: tenho que mudar tudo. Então conversamos sobre processo de criaço, identidade, desejos, sobre a vida. Foi emocionante e fui aplaudida de verdade. Eles me reconheceram como alguénm que sabe falar a lingua deles.Fui inundada por uma onda de felicidade. A escola  preparou um lanche esplêndido, o bolo de fubá da Diretora Carla vai entrar para a Història.
Hoje vou para a minha casinha do bosque em Visconde de Mauá. Estou bastante cansada e a mata vai me refazer . 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

ENCONTRO NA IGREJA

O táxi do André veio me buscar cedinho da manhã aqui em Resende. Fomos para Floriano. Antes paramos na sua padaria e tomamos um café, ainda dava tempo.
Para minha surpresa, o encontro com os alunos seria na Igreja Nossa Senhora dos Remédios, pois a E.M Municipal Bartolomeu Anacleto, que ficou em oitavo lugar no IDEB Rio de Janeiro e primeiro lugar no IDEB Marra Mansa é tão minúscula que não poderia juntar todos os alunos num mesmo espaço. Na escola não há nada material que justifique tanto sucesso. A estante de livros fica no refeitório, pois não há nem Sala de Leitura. A receita é: o esforço dos professores e o envolvimento da família. Os pais gostariam de uma quadra de esportes, uma Sala de Leitura, uma Sala de Informática. Com notas tão altas no IDEB a escola mereceria mais atenção e cuidado por parte da Secretaria de Educação de Barra Mansa.
Pela manhã nosso encontro foi lindo e pela tarde tivemos a participação do meu filho Guga. Minha nora e meu neto também foram. Música, poesia, brincadeiras, e as crianças ainda levaram para casa um livro autografado. Que maravilha.
|Amanhã o projeto FALA LEITOR! estará em Barra Mansa.  

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

NA ESTRADA OUTRA VEZ

Hoje vou para Resende pois amanhã recomeço o trabalho nas escolas de Barra Mansa e Porto Real junto com o SESC Barra Mansa com o Projeto Fala Autor! O Sesc me ligou dizendo que as escolas estão adorando os encontros e isso me fortalece.
Tenho me sentido verdadeiramente artista e cigana, com a minha mala de livros para lá e para cá e este sentimento me traz de volta os anos do Proler, quando viajávamos em bando e que guardo como um tesouro inestimável, pepitas de ouro puro. Conheci as pessoas mais maravilhosas e muitas ficaram na minha vida para sempre. E muitas estão de volta através do facebook, mesmo que apenas virtualmente me trazem uma lufada de alegria. Na verdade queria ter todas ao redor da minha mesa, mas mesmo que a mesa seja virtual, sintam-se , os que viajaram comigo (encontrei o Gregório no Acre, o nosso maravilhoso patrão) completamente abraçados e amados. O Proler foi a melhor escola da minha vida e que pena que passou, mas foi como um vento mágico que varreu e transtornou as nossas vidas e quem viajou pelo Proler nos anos 90 levando leitura e arte pelo país sabe do que estou falando.

domingo, 21 de outubro de 2012

CAFÉ DA MANHÃ

Saquarema tem tesouros escondidos na sua zona rural. Hoje tomamos café da manhã no sítio de uns amigos muito queridos e me sentia numa fazenda do século XIX. Conto algumas coisas que vi:
Um pavão maravilhoso, logo na chegada. Uma galinha chocando no fogão de lenha, dentro de uma cesta, em cima de quinze ovos. Uma mangueira carregada de mangas e flores e dezenas de vasos de orquídeas floridos, cada um de um tamanho, fazendo uma dança em torno da árvore, uma dança mágica. Uma árvore de lima da pérsia toda carregada e florida. Acabávamos de ler um poema do Neruda na mesa do café e eu perguntei ao Juan: _O que é azahar?  e ele me respondeu: _ É a flor da laranjeira. Depois do café, ao passarmos pela árvore o Juan apontou as flores: _ Veja, isto é azahar! As flores da laranjeira sairam do poema (literalmente).
No café da manhã havia uma salada de fruta em taças individuais e maravilhosas, coberta com lascas de coco fresco, linda! Um bolo de fubá com coco, salgado e bem molhado, devem ter copiado a receita do paraíso. Um bolo cheio de nozes e passas, um pão integral caseiro, geléias da casa, ovo frito com tomate, tudo isso olhando a mata luxuriante e a lagoa. Lugar mais lindo não há, tão virgem, tão bem cuidado. Falamos da vida, eles acabavam de voltar do Uruguai e estavam encantados com o país e a simplicidade do seu presidente que mora numa casa comum e dirige seu próprio carro, ao contrário dos nossos políticos que ao chegarem ao poder se lambuzam. Falamos de livros, de poesia. Vimos fotos da Isla Negra, da casa do Neruda, pois nosso próximo livro do Clube de Leitura é O Carteiro e o Poeta.

sábado, 20 de outubro de 2012

SEREIAS

Para o sábado um haicai do livro O Xale Azul da Sereia, ed. Larousse Júnior :

sereias costuram
com fios de horizonte
seus xales azuis

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

MEMÓRIA

Voltar a um lugar depois de certo tempo e reconhecer uma loja, uma padaria, uma livraria, um restaurante, nos dá uma sensação de conforto e segurança. A marca da nossa época é a fluidez, tudo nos escapa das mãos e dos olhos. Então , voltar a uma cidade e reconhecer lugares que nos marcaram é maravilhoso.
Sou aventureira e conservadora ao mesmo tempo. Adoro o meu bairro que muda tão pouco desde que cheguei aqui. O Seu Teixeira sempre na porta do mercado da esquina, mercado péssimo, não tem nada e assim me obriga a comer frugalmente e a economizar, o Moisés da farmácia , sempre com um sorriso e uma delicadeza para nos oferecer como caramelos. Ele melhorou a farmácia, está linda, mas continua ali, no mesmo lugar. As duas pensões de comida caseira. Uma mudou de um lugar para outro a cinco passos de distância. O bar da esquina que muito amavelmente coloca cadeiras na calçada para que os passageiros irritados com a demora dos ônibus possam esperar sentados e na sombra. Todas estas coisas que estão sempre ali, todos os dias, me dão uma sensação de continuidade, parece que irei viver para sempre. E já fazem parte do meu acervo de memórias.

MEMÓRIA

Há pouco tempo,
aqui havia uma padaria.
Pronto - não há mais.

Há pouco tempo
aqui havia uma casa,
cheia de cantos, recantos,
corredores impregnados
de infância e encanto.
Pronto - não há mais.

Uma farmácia,
uma quitanda.
Pronto - não há mais.

A cidade destrói, constrói,
reconstrói.
Uma árvore, um bosque.
Pronto - nunca mais.

in Paisagens, ed. Lê.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

MICROONDAS

Hoje leio que falta o básico em mais de 27 milhões de moradias. Água e esgoto. Ou seja, saúde. Mas leio na mesma ,matéria que a família de um  gari pernambucano gasta 42% do seu orçamento mensal para pagar uma moto que usa apenas nos finais de semana pois morrem de medo de que a moto seja roubada.Ela fica guardada na sala. E ainda pagam a prestação de uma TV de LCD de 32 polegadas e um forno de microondas.Não sei o que sobra para comprar comida e assim usar o microondas. E também não sei o nome disso.
Quanto mais somos leitores criticos mais podemos resistir ao apelo de uma sociedade de consumo que faz os menos favorecidos consumirem seus tostões em televisões espalhafatosas e microondas inúteis.Com este dinheiro poderiam construir uma fossa. Melhorar a casa. Fazer um curso.
Saber que a sociedade de consumo é uma imensa teia de aranha e nós somos os insetos nos ajuda a resistir. Resistir é não ser engolido pelo sistema que tritura o ser humano com desejos que não são reais.
Aqui em casa não temos carro nem microondas. Tudo o que possuimos é modesto , básico e se não for necessário não compramos. Com o dinheiro de alguma prestação de alguma coisa inútil eu pago um curso técnico e de música para um autista que "adotei".
O Brasil precisa mesmo de leitores. É a única maneira de adquirirmos consciência e valores invisíveis que não são encontrados em lojas.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

LANÇAMENTO EM SAQUAREMA

Ontem a casa estava em festa. Era o lançamento do meu livro Diário da Montanha, ed. Manati e do Juan, O Grande Segredo de Jesus.
Preparamos os pães, a mesa dos vinhos, os queijos, o lugar onde os músicos iriam tocar: encostados no fogão de lenha.
Os músicos marcaram às 16hs em nossa casa, o lançamento começaria às 19hs. Às 18hs me telefonaram que estavam engarrafados em Maricá. Às 19h estavam descendo a serra. A partir de então perdemos o contato com eles.
As pessoas chegava em ondas coloridas. Minhas novas editoras da Rovelle, Carolina e Miriam, vieram do Rio apenas para me dar um abraço. E professoras e professores de todas as escolas. E o Maestro Moisés e meu querido Robledo e o Ivo e o Jorge Vale. E nada dos músicos. E a Secretária de Educação com toda a sua equipe. E o Camilo Mota e os participantes da Terça Poética e a Telma do Cacs. Nada dos músicos. O celular deles dava fora de área.  Leila, minha amiga que veio do Rio me consolava. Mariana, minha leitora, na mesa vendendo livros , me consolava.
E então, depois que muita gente já havia ido embora, eles chegaram às 20:30hs. Eles se perderam horrivelmente, foram parar quase em Rio Bonito, pois em Maricá se enfiaram num caminho errado.
Nunca vi músicos arrumarem o som com tanta rapidez e logo a casa voava e logo todos dançavam ao som do violino cigano. Mariana deu um show de dança árabe, dançamos em roda, uma linda mulher dançou flamenco, Aline, a filha da Vanda , nossa caseira, entrou na roda dançando com a Mariana mostrando a sua verdadeira vocação. Foi maravilhoso!!!
Hoje estou como um bicho preguiça, saboreando os ecos da festa inesquecível, graças aos amigos, aos professores, ao grupo da Secretaria de Educação , Ana Paula e Valdinei puxando a roda.
Agradeço.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

LONGEVIDADE

Qual o segredo da longevidade? Hoje leio uma linda matéria sobre a população de uma cidadezinha do sul onde a maior parte das pessoas tem mais de 60 anos. Todos trabalham nos seus pomares e jardins e vivem a vida com alegria, os amigos são cultivados como plantas urgentes e necessárias. Alguns falam que a receita é a alimentação e o vinho, outros dizem é isso ou aquilo, mas todos são unânimes: não se deve parar de trabalhar no que se ama.
Eu, com 61 anos, aproveito todas as benesses da minha idade: não pago o banheiro na rodoviária, entro em filas especiais, sou a primeira a entrar no avião. No mais trabalho muito e por dentro tenho todas as idades. Ontem passei o dia muito triste e me senti com mil anos, pois afinal , na minha idade, vamos perdendo pessoas muito queridas. Mas hoje acordei com vinte e dois, pois estamos preparando o nosso lançamento e há um rio de alegria correndo pela casa. Cada lançamento é uma inauguração. A nossa casa é uma fábrica de poesia.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

TIA CECÍLIA

No belíssimo livro Luzes Acesas da Bella Chagall , Bella diz que tenta salvar para o Chagall alguns dias e acontecimentos da sua infância.
Ontem minha tia Cecília foi sepultada e eu tambem tento salvar seu retrato dentro de mim. Não quero que se apague nunca. Ela morreu com 92 anos e sua mente partiu antes dela.Mas quando fui visitá-la pela última vez ela me disse "não me lembro de você, mas que bom que veio me ver!".
Ela era gordinha, linda, com as faces rosadas de pura alegria de viver e a mais velha das três irmãs.  Eu me lembro da sua casa cheia de comidas maravilhosas. Ela adorava cozinhar, seu reino era a cozinha.Nós morávamos no bairro do Grajaú, a família inteira, todos moravam perto uns dos outros. E como não havia violência no Rio de Janeiro daquela época, na minha infância, eu visitava cada casa, uma por uma. A casa da Tia Cecília ficava num prédio antigo e um pouco feio e escuro na praça Malvino Reis. Mas quando a gente entrava na casa havia sempre um cheiro de bolo, de doce,de amor. Eu amava as taças de pudim de duas cores. 
Estar perto dela fazia bem. Seu sorriso iluminava qualquer ambiente,a gente ficava feliz, ela era como um passarinho cantando com qualquer tempo.
As três irmãs eram muito unidas, inseparáveis. Minha mãe, Bertha, foi embora primeiro , agora a Cecília partiu e tia Alice ficou tomando conta da memória das duas, como guardiã de uma cristaleira antiquíssima que guardasse os objetos mais frágeis e preciosos .

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

DURANTE A NOITE

Durante a noite a chuva percorria meu sono. Choveu sem parar a noite inteira aqui em Saquarema. Chuva boa prazenteira , como disse Tom Jobim. Pela manhã o jardim agradecia em todos os tons de verde. A chuva se ausentara e a sua volta faz a gente pular de alegria junto com as flores e provoca um surto de fertilidade: comecei hoje um livro novo de poemas, embora meu livro de contos ainda se arraste. Mas assim como leio sem nenhum problema vários livros ao mesmo tempo, posso escrever vários textos diferentes ao mesmo tempo e quem sabe o novo trabalho me forneça alento para continuar os contos.

Lá fora, atrás de mim, pois escrevo voltada para as montanhas, o mar , furioso, envolve a casa em seu rumo a lugar nenhum, não gostaria de estar agora em um barco. Ainda bem que estou firmemente amarrada , junto com minhas memórias, aqui na casa, e hoje é dia de ler, de ver um filme, de sonhar.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

MEU FILHO MÚSICO

Meu filho Guga Murray chegou da Espanha para viver em Resende com a família. Temos um livro juntos, o Caixinha de Música da ed. Manati. Na Espanha Guga trabalhou para o governo da Andaluzia com concertos didáticos e quer fazer algo parecido aqui no Brasil. Já vai participar de dois eventos no Paixão de Ler no Rio de Janeiro e se alguma escola se interessar aqui estão as ementas . Há uma Oficina e um Concerto:

"Caixinha de Música" é um concerto didático (concerto comentado) com a participação do público. O músico vai retirando da sua "caixinha de música" livros de poemas de varios poetas tais como Drummond, Quintana, Arnaldo Antunes, Neruda, Roseana Murray e os poemas lidos desembocam em canções em versão instrumental. Temas transversais como o amor, a separação, a memoria e o tempo, são sublinhados numa releitura musical e discutidos com a platéia. O concerto tem uma duração aproximada de 50 minutos e é dirigido ao público jovem/adulto.




A Oficina Caixinha de Música, a partir do livro Caixinha de Música, Ed. Manati, ,de Roseana Murray com partituras de Guga Murray, propõe para cada poema uma dinâmica musical com a plateia interagindo. São brincadeiras, canções, sons produzidos com o próprio corpo. A Oficina também trabalha com lembranças e memórias, com a escuta e o olhar.



A Oficina pode ser realizada num só encontro ou pode ser desdobrada em vários encontros com a construção de instrumentos utilizando materiais bem simples.



A Oficina pode ser realizada com públicos variados, desde crianças e adolescentes até a terceira idade.



Contato: (24) 8839-2605
(24) 3359-0785
(22) 9944-5874

gugamurray@hotmail.com


Pequena biografia de Guga Murray:

Nasceu no Rio de Janeiro em 1973. É musicista e transita entre a música popular e erudita. Lançou dois discos com o conjunto musical Um Trio Viralata. Trabalhou no Projeto de integração cultural Terra Musical junto ao governo da Bretanha, França. Viajou com seus Concertos Didáticos por toda a Andaluzia , dentro do premiado projeto ABECEDÁRIA do governo Andaluz., durante três anos.
Trabalhou como professor de música em São Paulo, por nove anos, na Escola de Música Companhia das Cordas . É especialista em formação de bandas com crianças e jovens.
Viveu na Espanha de 2004 até 2012 e agora reside em Resende, R.J.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

DIA DA AVÓ

Estou em Resende e hoje é Dia da Avó na escola do Luis, meu neto. Tenho que contar uma história. Mas não vou ler nenhum dos meus livros. Vou contar a história da Dona Baratinha que o Luis, que tem 3 anos, ama de paixão perdida.
Amanhã estarei em Barra Mansa, manhã e tarde e quarta-feira volto para casa. Eu e Juan prepararemos o lançamento dos nossos livros Diário da Montanha, ed. Manati e O Grande Segredo de Jesus, ed. Objetiva. no dia 16 . Há que fazer os pães, preparar as pastas, as tortilhas , etc, etc. Gosto da adrenalina da produção. A Secretaria de Educação, sob a batuta do Valdinei, é quem está distribuindo os convites para os professores. Sempre morro de medo de não aparecer ninguém no lançamento. É um terror infantil que tenho. E do músico, o violinista cigano Dino Guterrez , se esquecer. São meus pesadelos. Mas acaba dando tudo certo e é uma grande alegria abrir a nossa casa . E o violino, embrulhado nas ondas do mar, trará a todos os presentes recordações maravilhosas.  

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

PORTO REAL OUTRA VEZ

Já estou aqui esperando o motorista que me levará a Porto Real. Um porto sem mar, adoro estes nomes poéticos que não se sabe de onde nasceram. Algum Rei terá chegado num outro tempo, num tempo do Era uma Vez em seu barco voador?
Vou para a E.M Cruz e Souza e penso que as paredes da escola deveriam estar cobertas com seus poemas.
Estes dias com meus dois filhos e neto aqui em Resende estão sendo muito bonitos. Nunca imaginei que estaríamos todos juntos outra vez.
Esta casa onde estou hospedada é bela e interessante. No primeiro andar funciona uma escola de cozinha e será também uma escola de música. No segundo andar é uma casa mágica por causa das cinco gatas que a habitam. Da janela do escritório de onde escrevo vejo lindas árvores, vejo um ipê amarelo todo florido. Resende tem uma beleza toda especial, o rio que serpenteia, as Agulhas Negras que parecem uma cordilheira.
Hoje subo para Visconde de Mauá, para a minha casinha da montanha.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

PRIMAVERA

Na escola de Barra Mansa perguntei se alguém poderia me dizer o que era um poema. Uma aluna se levantou e disse: "O poema é um pêndulo que vai e vem no espaço".
Achei a definição belíssima.
Ontem, conversando com meu filho Guga Murray que fará duas apresentações do nosso livro Caixinha de Música, Ed. Manati, no Projeto Paixão de Ler em novembro, ele me disse: "Para mim o poema é uma instalação no espaço e no tempo."

E hoje, aqui em Resende, o dia explode de tanta primavera:

MEL

Na curva da primavera,
no alto da montanha,
abelhas fabricam mel.
Zumbem, dançam, rodopiam,
cantam para as flores
o azul do dia.

in Poemas e Comidinhas, ed. Paulus

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

PORTO REAL

De Porto Real tenho uma linda lembrança sem conhecer a cidade: de lá saíram os tijolos de argila, feitos manualmente , um por um, na olaria do seu Zezinho.
Ontem passei a tarde na E.M Cruz e Souza em Porto Real, mas não conheci a cidade.
Foi um encontro maravilhoso , fiz uma dinâmica linda com cada poema do livro Caixinha de Música e me contaram que a escola tem um projeto de leitura super original: o PARADÃO: a escola inteira para por quinze minutos para ler. Todos, desde os professores, até as merendeiras, faxineiras, passando pelos alunos. Pode ser uma revista, um artigo de jornal, um romance, a Bíblia, o que for.
Quando as crianças receberam seus livros , na linda Sala de Leitura, foi lá que aconteceu o nosso encontro, pude presenciar uma cena emocionante: elas abriram o livro e TODAS AS CRIANÇAS começaram a ler os poemas em voz alta ao mesmo tempo! Fiquei muito impactada.
Hoje fui até a Praça do Tobogã com meu neto, praça linda, cheia de brinquedos maravilhosos e cheia de micos.  Há uma escola municipal dentro da praça e as crianças estavam tendo aula de trânsito sentadas na terra, era lindo de se ver.
Hoje e amanhã tenho o dia livre aqui em Resende. Estou hospedada na Escola de Cozinha do meu filho André Murray e minha nora Dani Keiko e hoje tem aula de cozinha de botequim: galinha com quiabo e costelinha de porco com feijão tropeiro, escondidinho de camarão, bolinho de bacalhau e brigadeirão de sobremesa. Aos interessados: 24 99770152.
 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

ENCONTRO EM BARRA MANSA

Depois de alguns dias em Visconde de Mauá, na minha casinha do bosque, fui ao encontro dos meus leitores ontem em Barra Mansa.
O Projeto Fala Autor! do Sesc é belíssimo, pois além de um grupo de contadores de histórias, uma pessoa com uma Oficina da Palavra, um encontro com o autor, os alunos recebem o livro trabalhado, no meu caso o Caixinha de Música com o Guga Murray, meu filho , como autor das partituras musicais.
Pela manhã Rita me levou para o C.M.Prof.Marcello Drable. Eram oitenta e cinco crianças e adolescentes.
Inventei dinâmicas com os poemas. O resultado foi incrível, emocionante.
Num dos poemas, o do tapete voador, sugeri a construção de um tapete mágico só com acontecimentos maravilhosos da vida de cada um. A primeira menina que levantou a mão para contar nos disse:
" O dia mais maravilhoso da minha vida foi quando fui adotada." E ela é uma atleta premiada com o sorriso mais lindo do mundo. Fiquei muito impactada.
A professora Sirlene, da Sala de Leitura, é uma professora apaixonada e ficou de nos visitar em Saquarema. À tarde fui para a E.D.Cecília Monteiro de Barros. A escola tem um projeto bastante especial: 100 meninas passam a tarde no colégio com aulas de música, teatro, bordado, leitura. As Irmãs Franciscanas são amorosas e dedicadas ao extremo. A sala de leitura é tão linda que dá vontade de morar lá. Há uma arara cheia de roupas para teatralização dos livros. Achei ótimo, além do belo visual .
A nossa tarde foi cheia de música e alegria e nunca recebi tantos abraços e beijos. Cada criança, no final, com o livro Caixinha de Música nas mãos, era música para os olhos!
E já em Resende fui ao encontro do meu neto Luis.
E hoje passarei a tarde em Porto Real.