segunda-feira, 22 de abril de 2013

FINAL DO CONTO

Hoje acordei muito cedo. Fiz o almoço às 6hs da manhã, pois tenho que ir ao Rio. E quando abri a porta para olhar o mar, um arco-íris belíssimo nascia do mar. Um presente para ser colhido com os olhos, com o corpo inteiro.
Hoje termino o conto Numa Aldeia Distante do livro Vento Distante da Ed.Escrita Fina:

   Começaram todos na aldeia a ter muito medo. Uns diziam que ela andava de madrugada entre os túmulos do cemitério cantando suas estranhas canções e rindo.
   Um dia a filha do alfaiate ficou doente. Ela era doce como um bolo de mel, e os aldeões queriam tê-la por algum momento entre os braços , pois seu sorriso iluminava até o rosto de um anjo. Ela até se parecia com um. A menina passara a noite ardendo em febre e de manhã todos já sabiam e buscavam ervas para um chá e unguentos. A mulher chegou de mansinho na casa do alfaiate com suas misteriosas canções. O alfaiate não queria deixá-la entrar: a esta altura todos já sabiam que suas canções matavam e que sua beleza se alimentava do sofrimento e da morte. Mas lá de dentro ouviu a voz da filha: "Deixa, pai, deixa." A mulher entrou com um sorriso e se aproximou da cama da menina. Puxou uma cadeira e sentou-se. Começou a cantar e ia tocar em seus cabelos quando a menina se sentou na cama e disse em voz alta e clara: "Eu sei quem é você e não tenho medo." A mulher empalideceu. A menina levou sua mão até o rosto da mulher e a acariciou, acariciou seus cabelos, seus olhos. A muher deu um grito e saiu correndo. Continuou a correr até chegar à sua casa, abriu a porta, entrou, e no dia seguinte, como a casa se encontrava completamente silenciosa e seu marido viajando, os homens resolveram entrar para ver o que havia acontecido. Ela estava morta em cima da cama, mas não era uma bela mulher. Era uma velha mais velha que o tempo, poderia ter uns 200 anos.Sua pele era como folha seca.
   Ela foi enterrada do lado de fora do cemitério e seu marido não voltou para casa. Nunca se soube como foi avisado. Sua casa ficou fechada por muitos anos, o mato a envolveu num manto misterioso. Ninguém queria entrar.
   A filhinha do alfaiate ficou boa e, quando perguntavam a ela o que havia feito para destruir o feitiço daquela mulher, ela respondia: eu não sei...

   Suspirei ao fim da história. Fechei os olhos. Eu era a menina doente que todos cuidavam. A mãe da Débora apgou a luz. Mal a ouvi sair do quarto. Minha amiga suspirou também. Na casa havia um silêncio espesso. Na neve, um trenó deslizava para dentro dos meus sonhos. Um anjo consuzia o trenó.

                                                       FIM  

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