quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

CAFÉ DA MANHÃ

O café da manhã é a minha hora mais preciosa. Ainda está bem fresco, pois acordo muito cedo e o dia amanhecendo é de tirar o fôlego. Eu e Juan conversamos um pouco sobre tudo. Quem acorda primeiro faz o café primeiro. Quando meus caseiros chegam encontram uma linda mesa posta para eles, às vezes ainda estamos na mesa conversando. Às vezes desço para fazer companhia quando já estou aqui em cima , no estúdio trabalhando e Juan já está andando. Eles são nossos amigos e colaboradores . Participamos da vida deles e Juan os levou ao Cristo, ao Pão de Açúcar, ao Rio Sul, ao Museu de Niterói, ao Jardim Botânico e às vezes vão a Mauá e os colocamos numa pousadinha bem camponesa perto do sitio.Eles se sentem incluídos. Inclusão é o que falta no Brasil, oportunidade para todos. Quando a auto estima está alta, o ser humano fica forte e consegue sempre ir além. Um primeiro passo foi dado com a Bolsa Família, mas uma professora me relata que às vezes alunos vão para a escola desinteressados completamente de tudo,apenas para não perder o que recebem.A Bolsa deveria exigir boas notas, como qualquer bolsa. Para que possam libertar-se da ajuda num futuro próximo. Mas agora, com o rolezinho, estamos vendo que os jovens querem mais, querem um espaço digno, com os mesmos direitos que os outros, que não são da periferia. Aqui em Saquarema observo o seguinte: a classe média não anda de ônibus , então, com uma passagem custando 2,80, é oferecido um ônibus cheio, com muitas janelas travadas neste calor, sem ar condicionado, viaja-se sem nenhuma dignidade. E se fosse a classe média alta que estivesse andando de ônibus? Todo o tempo vejo os menos favorecidos serem muito maltratados. Estamos a séculos luz de alguma igualdade .

Hoje viajo. Escreverei quando estiver em algum lugar com internet, pois na montanha , na minha casinha do bosque, não pega nem celular. Até.

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