quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

CALMARIA

Saquarema acordou bem mais vazia e silenciosa. Que venha a calmaria mas com vento. Não tenho ferramentas para compreender a loucura que cobre a cidade, as cidades. Isso é tarefa para antropólogos. O furacão CarnavalBrasil pede que você entre em seu núcleo.Que você participe. Estar fora é estranho.
Mas a vida é assim, cheia de abre e fecha parênteses.
Entretanto a loucura que toma conta do país pode ensinar muitas coisas ao mundo. Todos pulando e dançando juntos, pele com pele, o meu suor é o teu suor, e se trocássemos as guerras pelos blocos de carnaval? Palestinos e israelenses sambando juntos, gritando juntos, russos e ucranianos, etnias africanas ? Cada um cantando em sua língua. Ninguém precisando matar ninguém.
Engraçado, no carnaval há um ímpeto nos homens em se vestir de mulheres. No entanto, não vejo as mulheres querendo, desejando se vestir de homens.  Ao contrário, cada mulher traz à tona tudo que pode da sua sensualidade feminina.
Talvez os países árabes devessem importar o carnaval brasileiro para que as mulheres pudessem dançar junto com os homens.(Tenho até medo de escrever isso. Será que estou ofendendo?)
Então, talvez  a loucura- carnaval ajude a quebrar preconceitos. Sabe aquele homofóbico doente? Está lá no bloco, vestido de mulher, pulseiras, colares, batom. Sabe aquela senhora racista? Nem que estude mil anos conseguirá sambar como a negra maravilhosa ao seu lado.
Mas o carnaval já é uma miragem que se afasta. Novamente, fantasias no armário, as pessoas retomarão suas vidas, seus preconceitos. Bom seria que algo maravilhoso sobrasse. O desejo de ser verdadeiro. Pequenas loucurazinhas em doses homeopáticas, tipo uivar para a lua. 
  

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