sábado, 14 de fevereiro de 2015

MANHÃ

Aproveito as primeiras horas da manhã quando a temperatura está bem leve e amena. Tomei um banho gelado no jardim às 6hs. Há uma primavera que faz uma cortina cor de maravilha. Mergulho em suas flores.  Um galo cantou muito ao longe. Ainda não posso ir ao mar, mas deixo que o intervalo entre as ondas, este silêncio cheio de expectativas, me envolva. Cada vez mais aguço os sentidos Neste exato momento um beija flor faz piruetas diante dos meus olhos.
Logo fará tanto calor que será impossível estar aqui na varanda.  Será impossível estar em qualquer lugar. Para quem não gosta de calor, é claro. Juan, meu marido, adora. Para ele quanto mais quente melhor. A nossa incompatibilidade meteorológica é abissal.  Ele diz: "mas eu nasci na Andaluzia com 45 graus!". Isso não é motivo, eu retruco, pois nasci no Rio de Janeiro, com 40 graus e tenho sempre nostalgia do inverno, de chuva fina, de brumas que tudo encobrem...  Aqui estou sempre cercada de ventiladores e Juan fugindo do vento. Ele diz: "Coitado de mim, logo chegará o inverno!"
Juan volta da Feirinha cheio de presentes. Conseguiu ovos caipira de um velhinho bem velhinho que cria suas galinhas no quintal . Na barraca da tapioca, ele me conta, o dono da barraca serve vestido de mulher, pois hoje é carnaval. A sua mulher toda séria, ao seu lado, não o reconhece. Ele volta todo animado, os temperos transbordando dos braços.
E assim, a vida é um espetáculo. Somos a sua matéria prima.


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