terça-feira, 9 de junho de 2015

LIVROS PARA COLORIR

A Editora Manati, faz a seguinte chamada para o lançamento que farei do Colo de Avó, no dia 20 às 14 horas, no Salão do Livro Infantil e Juvenil, no Rio de Janeiro:

"Pessoal, olha que oportunidade in-crí-vel: UM LIVRO QUE JÁ VEM COLORIDO e não se propõe a salvar ninguém dos calmantes tarja-preta, com poemas de Roseana Murray , e a chance de ganhar um rabisco de quem mais importa (a autora predileta de milhões de brasileirinhos"

Não sou especialista em nada, mas gostaria de dar o meu palpite sobre este fenômeno editorial de colorir livros.
Façamos uma analogia: livros para colorir seriam eucaliptos. Livros de literatura, com letras, frases, histórias, poemas, estruturas de pensamento, seriam árvores frondosas da Mata Atlântica.
Acontece que metade das vendas de livros hoje são de livros para colorir para adultos.
Então no futuro teremos um deserto de eucaliptos.
Eu proponho:para cada livro de colorir que você comprar, compre dois de literatura. Só assim continuaremos seres pensantes.
Fabricar catedrais de pensamentos é um dos itens que nos faz humanos. Colorir é muito gostoso, assim como do eucalipto se faz papel, se acende uma bela fogueira, mas não se cria diversidade com eucaliptos,colorir é uma atividade lúdica que não inquieta. Mas acontece que temos que pensar senão o cérebro congela. Temos que entrar em outros, mundos, viver outras vidas para exercitar a empatia e a imaginação.
Acho o fenômeno muito preocupante. Espero que seja simplesmente uma onda passageira e que se esgote.
Aproveito para indicar o livro Uma Praça em Antuérpia, de Luize Valente, ed. Record. É seu livro de estreia e é muito bom. Não é para colorir.

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