terça-feira, 24 de maio de 2016

NO ALTO MARINGÁ

Todos os meses, quando venho ficar com a minha família em Visconde de Mauá, durmo um dia na casa da minha irmã ceramista para muito abraços e uma sessão de cinema.
Dividimos a cama, eu, minha irmã, meu cunhado e a Lola, a gata, dois potes gigantes de pipoca. Até a Lola adora pipoca.
Ontem vimos Brooklyn, uma love story bem bonita e Trumann, com o amado Ricardo Darín, um filme absolutamente terrível e maravilhoso. Fiquei tão impactada com o filme que quase não pude dormir, praticamente virei a noite.
Depois do almoço volto para a minha casinha na mata, onde todos os laços com a civilização são precários: o sinal da internet é frágil e o do telefone também. Na minha casa não recebo sinal de nada, se quero ver alguma mensagem tenho que caminhar até o Babel, restaurante do meu filho. O caminho dentro da mata é maravilhoso e me assombro a cada vez. Não tenho sinal de internet mas recebo visitas maravilhosas de guaxos, teiús, tucanos e ontem um temporal com arco íris.
Fico aqui até o dia 30 quando volto para o mar, atravessando não só estradas, mas várias dimensões.


E assim começa o dia:
nas mãos a chuva
se avoluma
enquanto um arco íris
incendeia o coração,
vira o corpo do avesso,
enche de cor as entranhas,
entorna por dentro um novo
caminho.
O vento sussurra
suas frágeis palavras
e é preciso guardá-las
entre os ossos
para que algum dia
virem pássaros.

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