Quando o ano começa, não sei nem faço ideia do mapa das minhas viagens, se é que acontecerão.
Existem algumas promessas, como velas brancas no horizonte, mas nenhum visto ou carimbo em meu passaporte feito de ar.
Talvez eu vá . Talvez eu vá para lá, não sei.
Mas ao mesmo tempo em que não sei, em que viajo a bordo dessa nebulosa , vejo tanto beleza no que pode ou não acontecer.
Como se houvesse uma caixa mágica, abro a caixa e não sei o que sairá de dentro, qual mapa será assinalado.
E é sempre a minha poesia que me leva , é a minha lamparina , é a palavra que abre todos os meus caminhos.
Sei que o caminho é sinuoso, nunca em linha reta.
LINHA RETA
Não busque
a linha reta,
o começo,
meio e fim,
a métrica.
Mas sim a desordem
da floresta,
dos fluxos,
a sede,
a falta.
E assim,
com as mãos molhadas
de vida
(porque são secas
as mãos dos mortos),
mergulhe
na voragem
do tempo.
In MIRAGENS, ebook
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
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