sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

UMA GATA EM JERUSALÉM

Tenho uma leitora brasileira em Jerusalém, Eliane Magal, que sabendo que gosto de gatos, me contou:
Que nunca havia tido um gato, sempre cachorros. Nem gostava de gatos. Mas um dia, um colega do trabalho (trabalhavam num asilo de velhos) lhe pediu para dar uma carona para uma gatinha abandonada para o trabalho. No asilo havia um quintal e os velhos alimentavam alguns gatos.
No carro a gatinha começou a miar e Eliane começou a conversar com ela, uma fala meio cantada, meio canção de ninar. A gatinha se acalmou completamente e no trabalho começou a buscá-la. Minha leitora conta que se apaixonou perdidamente e instantaneamente. O que os franceses chamam de "coup de foudre". E tomou uma decisão ali na hora.Ligou para casa, falou com seu companheiro que daquele momento em diante teriam uma gata. Ele não gostou da ideia mas ela seguiu em frente.
Colocou Bubi (nesse momento já tinha um nome!) dentro da caixa, avisou que iria embora mais cedo e fez o caminho inverso. Colocou Bubi no banco fora da caixa. A gata começou a subir em seus ombros. Eliane pediu a gata que ficasse quieta. E para sua surpresa Bubi ficou quieta.
E para sua surpresa Bubi obedecia , bastava dizer não uma vez que nunca mais Bubi faria aquilo que não queriam.
Bubi saía para dar uma volta no pátio na frente da casa. E sempre que minha leitora ia ao portão chamá-la,  ela vinha.  Já era uma gata adulta.
Mas não se sabia que uma outra gata se achava a dona do pedaço. E que uma guerra já estava sendo travada entre as duas.
Então, numa tarde, Bubi não voltou. Eliane e seu companheiro a encontraram morta. Sua coleirinha destroçada. A outra gata a matou.
Conta minha leitora, que muitos anos e muitos gatos depois, ainda a vê e ouve seu miado e sente seu cheiro.
Bubi ensinou para a minha leitora o tamanho do amor que pode existir entre um humano e um gato.    

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