terça-feira, 4 de julho de 2017

Enquanto o Sono não Vem

Depois que o livro Enquanto o Sono não Vem, do José Mauro Brant foi recolhido, leia-se censurado, penso que temos que resistir pelo belo, pelo insigante, pelo que atiça e acende o pensamento.
Pois vivemos tempos sombrios.
Madame Rosa, no livro de Émile Ajar, La Vie Dévan Soi, guarda um retrato do Hitler debaixo da cama, ela, sobrevivente de Aushwitz. Quando as coisas vào muito mal, ela retira o retrato e pensa que irá sobreviver.
Iremos sobreviver. Mas nós, que escrevemos para as crianças e jovens, temos que apostar na capacidade, no potencial de cada um.
Quantos talentos perdidos no Brasil, por falta de um exercício de pensamento, de oportunidades.
As crianças podem ver na TV que um bebê é vítima de um tiro perdido na barriga da mãe, ouvem falar de milhões roubados ( poque ouvem tudo!) e não podem ouvir uma história que fala de incesto?
Não vamos colocar amarras em nossas criações.
A nossa resistência é pela arte.

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