domingo, 29 de abril de 2018

NOS PRESÍDIOS

Soube pela coluna da Miriam Leitão hoje, que Marco Lucchesi faz o mais maravilhoso trabalho de leitura nos presídios. Algo tão imenso e emocionante que deixa o coração da gente abalado.
Lucchesi nos diz o que é absolutamente óbvio e gritante: Que se não investirmos na criança e numa cultura da paz, os presídios continuarão abarrotados. 
Lucchesi contou que começou a ir aos presídios quando um detento o chamou porque havia conseguido montar uma biblioteca.
O preso disse que a biblioteca era o Olimpo do presídio.
Então chegamos ao princípio de tudo.
O Ensino Fundamental tem que ser extremamente fortalecido e a escola tem que ser um oásis e não uma prisão. Para que as prisões de verdade não continuem se expandindo.
A Sala de Leitura tem que ser o coração da escola. Tudo deve partir daí. E o Professor/a precisam ser reconhecidos e valorizados (e bem pagos), como estrela-guia que são.
O Brasil é um país cruel, injusto. São milhões de talentos desperdiçados. Um holocausto de talentos.
Acredito, é a minha fé, de que com uma escola pública que "ouça" a criança, uma escola com o foco na literatura e na arte, o país estaria em condições de reverter as suas injustiças. Muitas escolas públicas de qualidade existem, mas não é uma política de Estado. Elas teriam que ser a regra e não a excessão.
O trabalho do Marco Lucchesi emociona mais ainda quando sabemos como são as prisões brasileiras. Há que ter muita coragem para entrar nesse inferno.
Eu já o admirava como poeta. Agora, ao saber desse trabalho tão imenso, eu realmente fico sem palavras para dizer o meu agradecimento.

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